Amar não é ter posse das pessoas. É desejo de construir a felicidade, a cumplicidade, a relação com o outro. Ainda que, esse amor não se efetiva nos beijos, nos abraços, nos lençõis no ato universal dos corpos entrelaçados, esse desejo que queimar em nosso peito, o amor é cuidar. Se existe algum sinônimo para mim do que é o amor, essa palavra é cuidar. Cuidar do outro e de si, num enamorar que se faz presente em todo dia, nas manhãs frias ou nas tarde ensolaradas. Se tu achas ainda que amar é se apossar, você está vivendo no egoísmo, de querer algo eterno em si. Você, claro, deseja ser feliz, ter o aconchego do colo da pessoa amada. Mas não existe amor maior que ver a pessoa amada feliz, mesmo que doi em ti, mesmo que teu peito rasgue, o sono se perca, a vida parece terminar. Mas lembre-se: para que venha o dia, é preciso a escuridão da noite. E sempre, sempre antes do nascer do sol, a noite é ainda mais escura.

Eis o tempo....

E o tempo, aquele velho que a gente vive empurrando com a cadeira, que enlouquece quando vê crianças sem importar com ele, declamados por Mário Quintana, resolveu sair dessa cadeira. Incrível como agora ele foge da gente.
Sim, O Tempo que, sem pedir licença, mesmo velho, sai por ai correndo, feito louco por querer se jovial novamente. E corrermos atrás dele, querendo alcança-lo. Mesmo sendo velho, ele ainda dá uma canseira danada na gente.  Se esconde nos amores que passou, no instantes de felicidade que passa como um raio, na mãos que escorregam as nossas incertezas. E mesmo mais antigo que o próprio universo, tudo quer a gente quer é ter sensação de ser jovem como ele.
E ele, até meio raquítico, cansa a gente. Passamos a querer desvendá-lo, a querer tem ele perto da gente. Brigamos, mas aceitamos ele de volta. E mesmo odiando, a gente ama ele como a nós mesmo.
Esse velho, que ficamos empurrando por muito tempo, agora se faz jovial. Temos a nítida impressão que ele nos faz de palhaço. Mas também nos quer bem, só quer a gente viva sem precisar correr atrás dele.
E até ele  se enfurece conosco, pois queremos tanto vive dele, que encurtamos a nossa vida tentando encurtar o tempo vivido.
E, assim, por muito tempo que empurramos aquele velho reclamão, odiando  ele, percebemos que afinal, era nós mesmos que carregavamos naquela cadeira.

Amores de minha vida

Essa noite estava refletindo sobre as mulheres a qual tive algum sentimento. Lembrei, pesquei desde o infantil até o dias de hoje. Que bela reflexão eu conseguir fazer sobre o tempo vivido.
Não foram muito, pra ser sincero, foram mais platônicos. Mas porque platônicos: não externavam esses pequenos sentimentos a essas meninas, mulheres, amantes. Sentia medo, falta de coragem, inseguro como tanto cara que elas adoravam e eu quieto na minha. Sinceramente, bom ter essa ideia hoje pois vi o quanto perdi, mas na verdade, chego a conclusões.
Na verdade, tinha  por essas meninas. Não foram amores, paixões, o enamorar. Fez falta na época? Sim. E hoje? Vejo que foram sentimentos que moldaram o meu jeito de ser, do que eu sou e meus verdadeiras ideias que tenho. Poucos enamoram, mas posso dizer que foram gratificantes.
Não posso, é claro, dizer que fui certo em perder as chances. Foram desperdiçados os momentos, mas fica chorando não adianta. O bom é ver que hoje posso ir em frente, construir coisas novas, ser o homem que sou...inquietante na loucura de viver.
Lembro delas e desejo que suas vidas sejam construídas na mais bela sinceridade do carinho, da ternura junto aos seu maridos, namorados, e afins. Espero que essas páginas construídas em meu coração possa folhar o meu retrato, do que posso ser de hoje em diante. E rir...rir do tonto que fui...simplesmente ri...
E assim, hoje me sinto mais forte, alegre. E das manhãs, sei que pouco saberei do dia que virá. E que assim, posso desfrutar na força de minhas veias o que virá de agora em diante.

O Ouro de tolo nossos de cada dias!

"Eu devia estar contente por ter conseguido tudo que eu quis, mas confesso abestalhado que estou decepcionado, Porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto e daí, eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado".

Esse é um trecho de uma canção de Raul Seixas, feito na época da ditadura, trazendo um trajetória de uma pessoa que, aparentemente, consegui tudo na vida. Mora bem, um carro bom, uma vida decente, com família. Mas, ao longo da canção, vermos uma pessoa decepcionada, nos seus dizeres, com tudo aquilo que conquistantes, uma vazio em ter aquilo. 
O título da canção, ouro de tolo, vem de uma expressão antiga de um mineral chamado pirita, que era parecido com o ouro.  Nas corridas do ouro, algumas pessoas espalhavam a pirita e quando, um garimpeiro achava, pensava em ter encontrado o ouro. Passando para frente, descobria que aquilo não era ouro, não era valioso e a pessoa ficava no prejuízo, ou seja, era uma "riqueza falsa".
Isso nos leva a pensar nos nossos ouros de tolo de cada dia. Todo nós buscamos riquezas, seja elas materiais, espirituais, amorosas ou algo que nos faça pensa"valeu a pena viver". Ouvindo a canção e o sentindo da palavra "ouro de tolo", descobri  que a sociedade atual tem seus ouros de tolos. Jovens que acham que com seu corpo bombado, possam ganhar as mulheres, riquezas, felicidade efêmera. Ou constrói casamentos, viagens, baladas e até religiões como conceito de uma riqueza infinita, que traz a famosa felicidade. Iludimos a nós mesmos com coisas sem nada com nada.
E aí, a gente descobre que temos felicidades momentâneas. Ou melhor, não são felicidades, são alegrias, pois para mim, felicidade se constitui como algo integral da vida. A gente tem é pequenos momentos de alegria. Estou alegre no serviço, mas triste em casa com a esposa. Estou triste com meu serviço, mas alegre com meus filhos. Não dá para cravar que somos felizes, pois o ser humano, homem e mulher, não é uma parte, é um todo. Como é difícil a gente construir alegrias em todos campos, achamos que felicidade é tudo. E mas termos que ter a ideia que felicidade podemos ter em 1 minutos, 10 segundos ou 1 ano, quando, numa integralidade, construirmos nossa alegrias nas esferas da vida. Solidificamos nossa morada em cima da pedra e não na areia, para que, na primeira tempestade, ela esteja bem fincada.
E ouro tolo nosso de cada dia? São essas percepções de que a felicidade é para agora, mas que esquecemos que ela é gestada no dia a dia. É pode sofrer, chorar, alegra, viver algo. Quem vive na eterna busca da felicidade, tende a frustra-se na primeira queda, pois acha que só alegrias existem. É claro, não queremos tristeza nem dores, mas somos seres frágeis e se não termos a ideia que elas existem, seremos ouro de tolos de nós mesmos. É difícil, mas é bom sempre ter isso, nos motivar a verdadeira busca do ouro, da riqueza que é a gente ser eternamente caçadores de nós mesmos.

E assim, a música de Raul termina com algo que temos que se incomodar todo dia, que é "eu não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheias de dentes, esperando a morte chegar, pois, longe das cercas embandeiradas que separam os quintais, no cume calmo do meu olho que vê a sombra sonora de um disco voador"( talvez, nessa parte, o desejo nosso é fugir de nosso ouro de tolo construído)

Um imenso vazio tomou conta do meu coração.
Mas neste vazio, nessa falta, nasceu o oração,
calma e silenciosa,
nasceu a minha luta,
fez brota a vida em mim.

Que coração puro e incerto
que mais vida mais louca
mas não se leva, não se faz útil,
não se faz arte

Sem vida, com plena convicção de minhas dores
doce e pura luta da paz, de meu amor
que está em coração, longe, vazio
mas com elogio de minha alma
nascente na caverna a escuridão
semente de luz na minha infinita voz que se levanta
vazio...sonho...acontecer..

Um imenso vazio tomou conta do meu coração.
Mas neste vazio, nessa falta, nasceu o oração,
calma e silenciosa,
nasceu a minha luta,
fez brota a vida em mim.

Que coração puro e incerto
que mais vida mais louca
mas não se leva, não se faz útil,
não se faz arte

Sem vida, com plena convicção de minhas dores
doce e pura luta da paz, de meu amor
que está em coração, longe, vazio
mas com elogio de minha alma
nascente na caverna a escuridão
semente de luz na minha infinita voz que se levanta
vazio...sonho...acontecer..

A vida só é possível reinventada!

A vida reinventada, como aprender?!
Errando e acertando ou,
tendo o certo como errado?
Se não mudas em mim,
como posso lutar por um mundo melhor?

O paraíso , o reino de Deus está entre nós, dentro de nós!
O medo é uma defesa inútil que te faz ser pequeno,
fechado em si. Arriscar-te no grito no que faz

O amor, a educação, a paz
Eu te amo, diz a palavra da paz

Um homem

Um homem...

O que se constrói de um homem? Seu jeito, sua face, seu traços enquanto ser humano? O que o define? Não é algo que se faz permanente no seu infinito moldar? Mas, homem, quem és tu?
Algo a agonizar o meu coração é me definir. É moldar as feições de meu rosto e de meu coração. Os medos incertos, as decisões não tomadas, a dor não vivida. Um homem precisa estabelecer seu espaço, sua virilidade, como diz a sociedade moderna e na verdade, em toda história da humanidade. Mas homem, precisa mesmo de tudo isso?
Ser homem, acima de tudo, é viver seus sentimentos, é chorar com a derrota e alegre nas vitórias. É ter pulso, é ser eterno amante, é desvendar o coração da  pessoa amada, seja ela quem for. Do que as coisas são feitas, na esfera pessoal,  de agir enquanto ser que busca a teimosa felicidade.
Homem de verdade busca relações prazerosas, mas no fundo é um menino em busca de colo. Homem que acima de tudo tem dispor de sua condição de forte, de ser forte junto a quem está no seu lado. Nada mais importa, e sim, a caminhada como parceiro, como irmão, como companheiro.
Noites frias, solidão amarga. Homem que caminha nas estradas desertas pensando em si, nos seus amores,em uma mulher. Vagando com músicas em seus pensamentos, sonhando, pensando, desejando o mais precioso dos tesouros: o que realmente é!                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Estou de volta a minha terra...
minha doce lembrança
Fiz meu exílio minha paixão
minha triste solidão

Passei montes, rios e lagos
bebi na escuridão dos pensamentos
mergulhei no frio de meu corpo
renasci na fervura de um amor

Não tenho receio do que há no amanhã
não tempo tempo para o hoje
nem sobras do de ontem
mas tenho apenas meu espaço tempo
penetrando como faca em mim
água gelada nos meus dedos

Um piscar... um olho
acordo de meu exílio
adormecido de meu sono
exílio que foste sonho, pesadelo
e hoje se faz apenas vento em meu rosto

Meus dias são frios, frios quentes da esperança...
meu sonho nada pode brutalizar
Ou dilacerar
Tudo que me aflige corre como águas do amazonas ao atlântico
mas meu sonho para com as batalhas da água

Corredor vivo da morte sem fim
caminhando somente ao teu lado
no fio da esperança renovada
no fio da morte anunciada

Penso em coisas, sonhos, amores diferentes
sem tentar ser igual
ou apesar...(talvez, de nada) posso mergulhar
no que sou sem se afundar

afundar no solidão
desperdar a abolição
odiar sem neuras, sem rodeios, sem sombra de dúvida
me fortalece a te querer eternamente
mas...querer o quê?
absolutamente nada!

O Sentimento que nos move

Todo dia amanheço com o desafio: Cative. Eis trabalho árduo sendo você mesmo, com dores, defeitos, problemas. Mas cativa é deixa ser você mesmo. É ver o crescimento de ti enquanto humano. E esse crescer, transparecer no trato com o outro, nas palavras, no amor. Não somente ao amigo mais próximo, mas aquele que cruza teu espaço tempo de sua vida, aquele que nunca mais vai ver. Ser sentimento...

E isso move teus passos, move o que há dentro de si a força arrasadora de ser tu, de deixar se cativar pelo  que é. Mas que conquista, o trabalho árduo teu no dia a dia é abraçar a si mesmo. Não como gesto egoísta do dia a dia, mas no sentido de abrir teu coração ao desconhecido, é gosta de si, é não ter inimigos que brotam dentro de si.

Sentimentos que movem... são tantos. E cativa-se moldura esses sentimentos. Nada de medo, insegurança. Chore, cante, ame, dance, levante-se. Tudo isso faz parte da força que brota no cativar. Assim, você se sente confiante a cativa o outro, a doar um pouco de si ao outro. Mas o ser humano é um bicho contraditório, onde num gesto, pega a faca para salvar e dar a vida. E na outra, mata para matar sua sede de vingança, egocentrismo e soberba.

A noite chega...cansaço, abatimento, ânsia de viver. E assim, a roda viva que traz a arma  do sentimento se renova. Apaixona se todo dia é necessário, e conquistar o dia é inevitável. Conquiste-o. Isso não é auto-ajuda e nem para você desistir de pula da ponte. É para você, num projeto de vida, numa integralidade do ser humano, despedaçada por várias partes, sem conexão, sem liga.

Sentimentos que se movem nas estradas que construímos nosso ser. Ser ....