Meus olhos não os mesmos. Mudei, não sei como. Apenas mudei. E notaram. Mas fiquei com medo de mostrarem meus olhares fundos de solidão. Mudei para não estancar minha esperança nessa terra. Ainda quero pode seguir, mas mudarei por que tenho que seguir. Meus olhos só dirão realmente aquilo que a gente não consegue mentir. Meus olhos é o reflexo do meu coração.

"das coisas findas, mais que lindas, essas ficarão"

Hoje sonhei. Primeiro, com despedidas. Sonhei deixando coisas não outroras da minha infelicidade. Sonhei com um poema escrito por alguém desconhecido, dizendo apenas saudade. Vi rostos alegres, cantando amores, e, assim,fiquei a sorrir com eles. Parecia uma despedida e, na verdade, era uma despedida. Acordei, mas continuei sonhando. Sonhando com um mundo com justiça. Com os olhos fechados, sonhando em mudar o mundo, das tantas coisas findas que ainda não consertasse. Mas lembrei-me do sonho e o quão ainda não me despedi de certas coisas da vida. Barulho e silêncio fizeram em mim a despedir daquilo que não sentirei falta. E como estava numa ida sem fim,despertei ao chegar no meu balcão, no meu trbalho,onde encara a realidade fria e crua do meu coração. Senti saudade do sonho, da despedida, do mudar o mundo. Amei e desamei nesse momento. Mas acreditei nos caminhos que a estrada poderá me abrir. Espero viver a despedida, espero mudar algo, espero acontecer. Talvez, seja melhor fazer a despedida, fazer algo,fazer acontecer. Assim, sonhos não serão mais cortados pela manhã que nasce, mas de sorriso por não sonhar mais.

Por te amar demais, me sufoquei na minha saudade sem limites. Por te querer demais, acabei te perdendo para mim mesmo. Por sentir forte o teu coração em mim, acabei não me amando. Por sonhar demais com nossos dias de velhice, a minha juventude não vi passar. Por olhar teus olhos, não vi o espelho que há de mim pudeste refletir. E por sentir demasiadamente longe de ti, acabei encontrando o amor!

Canção da dor alegre

Voltei amando mais, sonhando com a força de meu coração
Quero sonhos tangíveis, difíceis, loucos, puros
Quero pegar as estrelas como cometas em minhas mãos
Quero o puro suor caindo pelo corpo
e sentindo penetrar na minha língua salgada
o doce amargo da derrota

Não quero escalar montanhas infinitas
quero subir o pequeno barranco que me separa da felicidade
do jeito mateiro de viver
da paz inquietante da minha alma

A dor que penetra no meu coração na noite de ontem
não faz mais efeito sobre a minha alma
que dilacerou a voz gritante do amor
do malamar, do azedume de meu passos
sem piedade de um corte da navalha no meu corpo
de sangue jorrado vitorioso das minhas entranhas
findas no sonho novo que brotou

Abraço apertado de uma partida
de uma adeus, de pra sempre carregarei
a dor perdida, a saudade amada
a juventude maluca em mim
E irei presenciar o acontecimento,
o romper do casulo
no jardim de minha vida.